13/03/2013

SOULFLY - Enslaved (2012) [8.5/10]

Uma positiva mudança de direcção.
Esta foi uma agradável surpresa. Numa altura em que Max Cavalera se tinha saído com os fraquitos "Omen" (Soulfly) e "Blunt Force Trauma" (Cavalera Conspiracy) poucas eram as expectativas para um novo álbum de Soulfly... Até que saiu a notícia que Tony Campos e David Kinkade tinham entrado para a banda. Pelos vistos funcionou e bem, este álbum dos Soulfly foi uma positiva mudança de direcção mais inclinada para o "death metal" e menos "hardcore", uma lufada de ar fresco.

Ao contrário do anterior disco Omen, tudo soa mais inspirado aqui. Os riffs são bem mais "catchy" e conseguidos e continuam com o toque simplista "cavaleriano" que todos conhecem, que, completados com o enorme talento de Marc Rizzo tornaram este álbum num registo bastante bom na sua totalidade, coisa que é raro ver em Soulfly (exceptuando o "Dark Ages", a maioria dos álbuns tem muitos "fillers" e poucos temas memoráveis). A produção magnifica é outro ponto positivo neste álbum, além da entrada de novos elementos, um novo produtor parece ter influenciado a qualidade do produto final. As participações especiais (tradição antiga desta banda) continuam em força neste registo, tendo os vocalistas de Cattle Decapitation e Devildriver aqui presentes, assim como os filhos do Max Cavalera no ultimo tema.

A música cantada em português e espanhol "Plata O Plomo" foi aquela que desde o inicio mais penetrou no meu ouvido. O seu riff principal simplista faz do tema uma "Refuse/Resist" desde álbum, sem dúvida que é um tema que deverá permanecer para sempre no reportório desta banda ao vivo... As vozes partilhadas neste tema com o novo e bem melhor baixista Tony Campos são bastante conseguidas, fazendo lembrar Asesino (banda que aprecio bastante e em que Tony é vocalista).

Como nem tudo é perfeito, o ultimo tema "Revengeance" era bastante dispensável diga-se de passagem, é engraçado que Max queira fazer um tema com os filhos que criaram as suas bandas há pouco tempo, mas na pratica, o que resultou daqui foi um fecho de um grande álbum com um tema completamente Nu Metal e desadequado com todo o resto do material. Tendo a edição especial em digipack, tive direito a 3 bonus tracks: "Slave", "Bastard" (que contem uma letra retardada) e a instrumental "Soulfly VIII" como manda a tradição. No final de contas SIM, oiçam isto. É um album bem mais extremo e inspirado do que os Soulfly que todos conhecem e talvez o melhor deles a par do "Dark Ages".

Pontos altos: "Intervention", "Gladiator", "Treachery", "Plata O Plomo" e "Chains".
Pontos baixos: "Revengeance", "Bastard"

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