Ouvi o "The Impossibility of Reson" pela primeira vez na altura que este tinha acabado de sair e quando "Chimaira" ainda era um nome que pouca gente conhecia... Lembro-me perfeitamente de falar com vários metaleiros muito mais velhos do que eu, sobre o quanto gostava deste disco. Mas pouca gente conhecia o nome da banda na altura. Custa acreditar que isso já tem 10 anos.
Os Chimaira na sua estreia "Pass Out Of Existence" tinham alguns temas engraçados, mas nada que se compare a isto, este foi talvez um dos maiores saltos de um álbum para outro em termos de qualidade que conheço. Se no primeiro CD tinha apenas alguns temas engraçados de Nu Metal, aqui os Chimaira mostraram ser uma grande banda de Groove Metal, capazes de fazer muito mais do que fizerem no disco anterior.
Todo o trabalho de produção está magnifico, o som está muito bem polido e não afectou o peso contagiante que a banda quis transmitir nestes 12 brutos temas. Todo o trabalho de guitarras está fenomenal, a maioria destes riffs rancorosos foram compostos por Rob Arnold, o tipo mais responsável para esta obra me soar tão bem. Os solos também estão muito conseguidos, coisa que era praticamente existente no primeiro álbum. O que me soa também em máxima potência é a competentíssima bateria e o vozeirão de Mark Hunter. Estes são os principais condimentos que foram precisos para criar esta vasta lista de excelentes temas que compõem o álbum que, na minha opinião, é o melhor dos Chimaira até hoje e sempre deverá ser.
"Cleanseation" e o tema título "The Impossibility of Reason" são potentes malhas de abertura onde todo o Groove é sentido. São acelerados e ferozes, até entrar em colapso com os lentos e geniais breakdowns que são muito bem conseguidos. Embora muitas bandas do estilo e da recente tendência do deathcore (que não sou muito fã) use e abuse dos "breakdowns" fazendo estes tornarem-se chatos e aborrecidos, os Chimaira para mim sempre os souberem usar e muito bem.
"Pictures in the gold room" parece começar mais lenta mas rapidamente somos induzido em erro, a energia não acaba. "Power Trip" é curta e "sempre-abrir", de cortar a respiração. A coisa abranda um pouco no inicio de "Down Again" até haver um estalo que nos remete novamente para todo o ambiente caótico anterior. Interessantes vocalizações limpas no refrão e uma belo e harmonioso desenho de guitarra no final deste tema.
"Pure hatred" e "The Dezhumanizing Process" são duas das minhas favoritas, ambas carregadas de muita adrenalina e veneno. Potente prestação de bateria com imenso double-blass seguindo na perfeição todos os excelentes riffs de guitarra. O inicio do segundo tema que referi aqui é algo absolutamente pesadíssimo. Depois de tanto ódio, "Crawl" é um tema um pouco mais lento e "marado" mas rapidamente é atropelado pela excelente "Stigmurder". "Eyes of a Criminal" e "Overlooked" continuam a entornar o caldo e começamos já a ficar angustiados de tanto peso. "Implements of Destruction" é um mega-tema instrumental de 13 minutos e fecha a coisa em grande, sendo que os fabulosos desenhos de guitarra assumem aqui o papel de uma voz.
No seu total, este é um dos melhores álbuns do estilo que já ouvi. Foi uma altura de muita inspiração dos Chimaira e um grandioso salto na sua carreira. Foi a partir daqui que começaram a ter o respeito e conhecimento que merecem. Aconselho o "The Impossibility of Reason" por inteiro a todos aqueles que estão à procura de álbum pesadíssimo para abanar o capacete non-stop. Quanto mais alto melhor soa.
Pontos altos: "Power Trip", "Down Again", "Pure hatred", "The Dezhumaning Process", "Stigmurder"
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