17/04/2013

DEFTONES - White Pony (2000) [9/10]

RIP Chi Cheng

Em jeito de homenagem ao baixista Chi Cheng que faleceu muito recentemente depois de quatro anos em coma após um acidente de carro que levou a família à falência e a recorrer a doações de fãs e da própria banda para manter os tratamentos de Chi. Um trágico final para uma pessoa que aparentemente só tinha bondade dentro de si.

"White Pony" é para mim uma grande obra dos Deftones, o terceiro disco deles e bem mais maduro que os anteriores "Around The Fur" e "Adrenaline", sendo que a banda adicionou uma boa dose de maturidade musical e de experimentalismo aos seus temas que anteriormente eram na sua maioria "só" umas malhas (muito) interessantes de Nu Metal. Além de mais maduro, é também mais melódico.

"Feiticeira" abre o disco em grande estilo com guitarradas típicas de Deftones, linhas de bateria refinadas, um baixo competente do falecido Chi e as vocalizações únicas de Chino Moreno que sempre foram um factor muito importante no som dos Deftones. "Digital Bath" é bastante melódico e agradável, conta com excelentes ambiências difíceis de não gostar e um refrão forte.

"Elite" é o mais pesado de todo o disco, mais na onda de um "Adrenalide", repleto de gritaria e veneno... O lado rebelde dos Deftones. "RX Queen" volta a acalmar a coisa com um único beat de bateria que se prolonga durante toda a música mas que nunca nos soa repetitivo devido às excelentes vocalizações e sinistras guitarras que o acompanham. "Teenager" é também mais pesado mas não tanto como "Elite".

"Knife Party" é uma balada a 100% e um excelente exemplo de como os Deftones estão mais experimentalistas com influencias de trip hop e new wave, grande final com umas vozes completamente maradas no final. Em "Korea" a distorção nas guitarras está de volta para mais um de já bastantes bons temas neste disco. "Passenger" é bastante progressivo e experimental e conta com uma excelente participação especial de Maynard James Keenan (vocalista dos Tool e A Perfect Circle), grande dueto de vozes.

"Change (In The house of Flies)" é um hino dos Deftones e um "fan favourite" com toda a razão de ser... Grande melodia e sensibilidade nesta brilhante faixa que já me acompanha no meu mp4 há muitos anos. "Pink Maggit" fecha bem este grande álbum de um modo melódico traçado com peso lento e arrastado.

Este disco representa de facto um ponto de viragem para os Deftones e meteu-lhes no mapa como uma respeitada banda de metal alternativo bastante único e original. RIP Chi Cheng.

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