27/05/2013

NAPALM DEATH - The Code Is Red... Long Live The God (2005) [7.5/10]

"O silêncio é ensurdecedor"

Apesar de não ser dos seus melhores trabalhos, "The Code Is Red... Long Live The God" é uma competentíssima obra de brutalidade como muito bem os Napalm Death sabem criar. Os pioneiros do Grind esfregam-nos na cara mais 15 desordens a que chamamos de músicas. A época mais experimental e menos pesada dos álbuns "Diatribes" ou "Inside Torn Apart" já se foi há um bom tempo... Os ND estão de volta às sua antiga sonoridade que mistura o Grindcore com Death Metal, com temas de estruturas mais elaboradas e um peso descomunal.

"Silence is Deafening" abre a coisa com uma violência extrema e com todos os elementos que estamos habituados a ouvir em Napalm Death. São vocalizações possuídas e "muito chateadas" vindas do Mark "Barney" Greenway que chegam a meter respeito, uma bateria repleta de velocidade e blastbeats e um ambiente catastrófico causado pelo baixo e pelas guitarras que tanto veneno descolam sem piedade. "Right You Are" é pesadíssima e fica-se pelos 50 segundos, um tema que poderia muito bem ter saído de "From Enslavement to Obliteration" de 1988.

"Diplomatic Immunity" é outro tema de menção obrigatória, começa em grande velocidade e pelo meio é gerado um Groove bastante "catchy". "Pledge Yourself to You" é um tema completamente negro, com acordes que roçam o Black Metal que dão caminho para outros riffs mais hardcore/crust. Jeff Walker dos Carcass é convidado neste tema, partilhando as vozes com Barney. Jamey Jasta dos Hatebreed e Jello Biafra dos Dead Kennedys também são convidados noutros temas, oferencendo também vozes adicionais e um interesse extra.

É para o fim que há um dos pontos altos do disco: "Morale". Um tema um pouco invulgar quando se fala em Napalm Death. É bastante lento e sinistro... Melódico até, que é a última coisa que se espera dos ND. Mesmo assim, toda a esquizofrenia e demência da banda continua presente neste tema estranho. Excelentes vocalizações novamente aqui, umas "spoken words" muito doentias. A faixa que vem a seguir intitulada "Our Pain is Their Power" é uma espécie de "outro" que concluí a "Morale" num ambiente bastante "noisy" e industrial, com uma ambiência macabra e desolada.

Não é o melhor trabalho que já ouvi deles, tem os seus momentos bons e os seus momentos mais desinteressantes e alguns "fillers". Contudo, não deixa de ser um disco de uma qualidade superior. "Qualidade superior" também caracteriza na perfeição estes mestres veteranos das sonoridades mais extremas.

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