É aqui neste disco que sucede o primeiro EP "Bestial Devastation" e primeiro álbum "Morbid Visions" que o line-up clássico dos Sepultura se cria com a entrada de Andreas Kisser para as guitarras... E que aquisição! A junção de Max e Igor Cavalera, Andreas Kisser e Paulo Jr. é para muitos a verdadeira essência dos Sepultura, e foi com este line-up que os clássicos Arise, Chaos AD ou Roots foram lançados. Contudo, "Schizophrenia" ainda longe da enorme fama que iriam ganhar, os Sepultura parecem começar a conhecer qual o caminho que vão tomar.
Depois da pequena intro de terror algo cinematográfica (a lembrar o filme clássico "Psycho" na famosa cena da banheira), "From The Past Comes The Storms" entra a matar com riffs esmagadores numa toada de death/thrash, uma bateria bastante acelerada e excelentes vocalizações de Max Cavalera. Conseguimos sentir um jovem Max a querer dominar o mundo com os seus Shouts primitivos, característicos e brutais. "To Te Wall", "Escape To The Void", a instrumental "Inquisition Symphony", "Screams Behind the Shadows" e "Septic Schizo" continuam a destilar da mesma maneira que o tema anteriormente referido. É um disco bastante homogéneo, todos os temas tem quase o mesmo sabor. Riffs cortantes de Max e Andreas com alguns solos bem conseguidos, um Igor sem qualquer piedade a bater na bateria e um baixo bastante competente (gravado em estúdio por Kisser e não pelo Paulo).
"The Abyss" é um pequeno interlude com guitarradas limpas do super-talentoso Andres Kisser... Um breve momento de paz num álbum de guerra. "RIP (Rest In Pain)" volta a destruir tudo e segue-se como faixa bónus uma regravação do anterior disco, o que se viria a tornar um clássico. Estou a falar de "Troops of Doom" que está melhorada e gravada mais discretamente.
Contudo, a produção do álbum é bastante primitiva, o que faz com que "Schizophrenia" não seja muito fácil de digerir para muita gente. Ainda assim, a produção consegue superar bastante a do anterior disco "Morbid Visions" (que é uma confusão). No entanto, acho que a produção fraca fica a calhar bem nestes temas... Dá-lhes uma toada bastante negra, old-school e underground.
Uma grande evolução em comparação com o anterior, e um passo em frente para as próximas obras de arte que se viriam a tornar grandes clássicos de todo o Thrash Metal: "Beneath The Remains" e "Arise".
Sem comentários:
Enviar um comentário