E eis o primeiro disco da banda que o ex-frontman dos Sepultura criara. Apesar de mais tarde o Max ter regressado às suas origens dos Sepultura com mais influências de Thrash nos Soulfly, este primeiro disco homónimo ainda estava longe disto... É completamente Nu Metal. Soa a uma continuação do "Roots" dos Sepultura, mas soa ainda mais moderno e mais entregue à nova tendência do Nu Metal.
O tema de abertura "Eye For An Eye" que tornou-se num clássico dos Soulfly, conta com um Groove bastante jeitoso ao modo de "Roots Bloody Roots" ou "Refuse/Resist"... Muito simples e ao mesmo tempo muito conseguido, estranhamente cativante... A música consiste apenas 3 riffs, e mais não foram precisos para criar um tema que prevalece. Nem tudo precisa de ser complicado para ser bom. Dino Cazares e Burton C. Bell dos Fear Factory participam neste tema mas são quase despercebidos, não noto nenhum riff assim mais do Dino e as vozes de Burton são quase despercebidas exceptuando por breves segundos nos refrões.
"No hope No fear" é outro tema dos preferidos, repleto de riffs sempre a rasgar e um bom trabalho de bateria de Roy Mayorga (que se faz sentir por todo o álbum). "Bleed" conta com uma participação de DJ Lethal e Fred Durst dos Limp Bizkit, e apesar dos seus convidados que nada me dizem, é um dos melhores temas também.
E é depois de 3 bons temas a iniciar o álbum, a coisa começa a entrar nos pontos fracos. Nunca fui à pala com o tema "Tribe", não sei se pela letra ou pelos riffs que ficam na cabeça mas que não me soam bons. Em "Bumba" Max canta de uma maneira quase "ragga", mas não gosto deste tema também. "First Commandment" tem a participação de Chino Moreno dos Deftones mas nem isso salva o tema também de tão pouco interessante que a música é. Em "Bumbklaatt" a coisa melhora um bocado, um tema engraçado e groovy que parece ter saído do "Roots". Tem uma bateria toda semelhante aos toques de Iggor Cavalera. O tema título "Soulfly" é uma serena balada industrial que se viria a tornar numa tradição em todos os álbuns seguintes: a inclusão de uma balada instrumental (Soulfly II, Soulfly III, etc).
"Umbabarauma" é uma inclusão um bocado ridicula e nunca levei este tema a sério. É uma cover qualquer de um tema sobre futebol com uma letra cantada em português. "Quilombo" e "Prejudice" contam com uma interessante participação de Benji Webbe dos Dub War e Skinlab, dando uma fusão engraçada ao som dos Soulfly com uma voz totalmente diferente.
"Fire" é outro ponto alto e outro tema que poderia muito bem estar no "Roots", conta com uns riffs malignos e interessantes e uma bateria sempre competente. Pelo meio a coisa cai numa espécie de jam até chegar a um final em estilo de breakdown. "The Song Remains Insane" começa com uma curtíssima cover de "Caos" de Ratos de Porão, passa para uma versão acelerada e hardcore do tema "Atitude" dos Sepultura mas a coisa perde-se pelo meio e não parece ter resultado,
acaba por dar em nada e numa repetição irritante do título da música
como letra. "No" é um bom tema orientado no Groove, com a participação
de Christian Olde Wolbers dos Fear Factory no baixo. "Karmageddon"
termina a coisa em espécie de outro instrumental numa ambiência sinistra e cinematográfica.
É
portanto uma estreia da nova era do Max com os Soulfly repleta de altos
e baixos, mas com momentos bons suficientes para ser ouvido. São 15
temas aqui presentes... Se tivessem excluído o que estava a mais,
provavelmente este disco teria soado bem melhor por inteiro e teria dado uma pontuação superior.
Pontos altos: "Eye For An Eye", "No hope No Fear", "Bleed", "No"
Pontos baixos: "Tribe", "Bumba", "Umababarauma", "The Song Remains Insane"
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