Quem leu a review do anterior disco "Enslaved", deverá ter percebido o quanto o apreciei. Infelizmente, "Savages" não manteve a mesma linha de qualidade e soa a um passo atrás em comparação com o grandioso álbum anterior.
É possível que a saída do baterista David Kinkade e consequente entrada de Zyon Cavalera (filho do legendário front-man Max Cavalera) tenha contribuído para isso... Não há nada de errado com Zyon como baterista, mas a prestação de David em "Enslaved" foi épica, num nível claramente superior.
O que acho que acontece de errado com alguns temas daqui, é que são algo previsíveis, já batidos e muitos riffs soam-nos a reciclagens de outros riffs já existentes no catálogo de Soulfly. São também demasiado longos, alguns sem necessidade nenhuma mesmo... A maioria chega aos 5 (ou até 8 minutos) é com a inclusão de interludes aborrecidos, demasiado longos e dispensáveis no meio ou fim da música. Até o virtuoso guitarrista Marc Rizzo já pareceu ter mais inspiração... Os seus solos aqui soam mais a show-off que outra coisa qualquer.
As participações especiais voltaram em maior numero, com Iggor Cavalera Jr. (o outro filho de Max) a dar umas vozes irritantes no refrão da aborrecida faixa de abertura "Bloodshed" e as mais conseguidas participações de Jamie hanks (I Declair War) em "Fallen", Neil Fallon (Clutch) em "Ayatollah of Rock N Rolla" e Mitch harris (Napalm Death) em "K.C.S.". O baixista Tony Campos dá também as suas vozes à lá Asasino em "El Comegente", como fez em "Plata O Plomo" do disco anterior.
Toda aquela ambiência mais extrema do Death Metal perdeu-se um bocado
aqui. Os Soulfly voltaram ao seu Groove/Thrash, abandonando quase por
completo o novo rumo extremo que pareciam seguir. Independentemente de achar um álbum mediano e sem grandes destaques, o tema "Fallen" é à primeira vista o mais conseguido, conta com um Groove bastante potente e alguns restos do Death Metal que Max decidiu abandonar (infelizmente).
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