Uns Moonspell inspirados e mais pesados.
Este foi para mim um regresso
bastante positivo dos “nossos” Moonspell mais pesados. O anterior “Darkness And
hope” foi sem dúvida um bom disco mas continuou numa linha mais melódica, pausada
e experimental dos Moonspell, tal como os anteriores “The Butterfly Effect” e “Sin/Pecado”.
Aqui em “The Antidote” o peso e velocidade estão de volta e em grande.
Os riffs de guitarra estão 50%
melódicos 50% agressivos e a bateria ganhou sem dúvida um novo dinamismo com a
velocidade geral das músicas e com o uso frequente de double-bass que já não
era ouvido há um bom tempo nos temas dos Moonspell.
Outra das novidades é a
agressividade da voz de Fernande Ribeiro, os “berros” estão de volta em muito
maior número do que anteriormente. Continua ainda a haver bastante uso das
vozes cleans e “spoken words” sussurrados, mas é bastante notável o uso de
muito mais voz gutural. Toda a voz aqui soa muito bem e em grande forma, tal
como os riffs de guitarras que nos soam bastante inspirados e intensos… E
intensidade e peso são coisas que tinham sido um pouco perdidas pelo caminho
nos anteriores trabalhos.
Uma coisa que continua intocável
é toada aquela ambiência gótica característica da banda… Apesar da dose de peso
acrescentada, aquela mística “Moonspell” contínua em vigor.
“In And Above Man” é uma excelente faixa de
abertura que nos faz rapidamente notar a nova direção mais pesada dos
Moonspell. “From Lowering Skies” tem uma precursão em alta e uma toada muito
atmosférica e cinematográfica.
“Everything Invaded” é carregado
de peso e melodia. É um excelente exemplo de como as guitarras estão em alta,
com riffs “melódicópesados” e um solo bastante conseguido. O melhor tema do
disco.
“Southern Deathstyle” à semelhança
do tema de abertura é bem pesado e igualmente bom. O tema-título “Antidote” é
uma espécie de balada, excelente harmonia e refrão. Lembra-me a fantástica “Nocturna”
do anterior álbum “Darkness and hope”.
“Capricorn At her Feet” são também
uns Moonspell cheios de inspiração a destilar um tema harmoniosamente pesado. “Lunar
Still” é talvez aquele mais “terrotento”. Conta com uma introdução longa e
sinistra de apenas teclado no início (à laia de uns Cradle of Filth), até vir a
ser acompanhado pela voz e pelo instrumental que consiste apenas num único Riff
de guitarra e desaparece depois em fade out.
“Walk on the Darkside” é
totalmente rockeiro e menos metálico, uma boa malha. “Crystal Gazing” continua
a destilar peso e melodia característicos dos lusitanos e “As We Eternally Sleep
On It” fecha a coisa numa ambiência mais atmosférica.
Vejo esta mudança para um som mais pesado como um
movimento de carreira necessário e conseguido dos Moonspell. Ainda se mantém actualmente assim. "The Antidote" é um álbum bastante bom, um dos meus preferidos da banda que tanto orgulho dá
aos portugueses.
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