NAILBOMB - Point Blank (1994) [7.5/10]

Furioso, "in your face" e cru.

Regressamos a 1994 quando os originais Sepultura estavam em alta na fase "Chaos A.D.". Foi nesta altura que o seu frontman Max Cavalera formou este projecto de pouca dura com Alex Newport, frontman dos Fudge Tunnel. Este "Point Blank" é o único álbum de estúdio que este projecto lançou e é algo "misto".

Se virmos num prisma de "querer falar mal", podemos dizer que não há aqui que nos agarre durante muito tempo, todos os temas são simplórios e vagueiam entre o Groove, hardcore e alguns samples e ambiencias que dão um ar mais industrial a isto. Temos a sensação que todos os temas foram feitos à velocidade da luz e sem grande trabalho por assim dizer... O que na realidade foi o que aconteceu, este foi mais um "fun project" de ambos os elementos. Quase todos os temas são um pouco repetitivos, contam com apenas dois ou três riffs não havendo tempo para grandes dinâmicas ou exuberâncias. As letras são tipicamente Cavalera, nada de poesia, só mensagens duras, cruas e por vezes demasiado clichês.

Por outro lado se virmos isto como um projecto paralelo descomprometido de pouca dura que é o que realmente foi, este "Point Blank" pode tornar-se extremamente divertido. Os riffs de guitarra são crus e duros, o dueto de vozes de Alex e Max está bastante agressivo e demente, e a ambiência dos temas em si são os que os tornam especiais. Metade dos temas conta com bateria programada, e outra metade conta com a participação da "besta" Iggor Cavalera (Sepultura). Temos ainda 3 solos de Andreas Kisser (Sepultura) e uns riffs de Dino Cazares (Fear Factory) num tema. De resto, tudo é executado pelos dois elementos do projecto: vozes, guitarras, baixos, programações e todo o trabalho de estúdio.

Na vertente mais Hardcore com a bateria real aconselho vivamente a "Blind and Lost", um tema à lá Biohazard, curto e violento que demonstra bem o que se pode esperar deste disco. Na vertente mais industrial com as programações e tal, destaco a "Sum of your archivements", uma música lenta, arrastada e sinistra, fazendo até lembrar uns Godflesh.

É como se dois nomes sonantes do heavy metal (um obviamente mais do que o outro) estivessem a formar uma banda pela primeira vez em putos, deixando da mão qualquer tipo de melodia ou coisas polidas, apenas querendo porrada e experimentar umas misturas de sons. É assim que encaro o "Point Blank" e assim funciona, e muito bem!

Pontos altos: "Wasting Away", "Guerrilas", "Blind and Lost" e "Sum of your archivements"

Pontos baixos: "24 Hour Bullshit" (curiosamente o que conta com o excelente Dino Cazares)