08/05/2013

MACHINE HEAD - Burn My Eyes (1994) [9/10]

Excelente primeiro disco.

Os Machine head neste primeiro disco, ainda longe da fama que têm hoje em dia, esfregam na cara de todos os headbangers sem qualquer piedade um primeiro disco bastante inovador, cheio de atitude e peso, metendo-os no mapa de uma das bandas a seguir religiosamente.

Embora mais tarde eles se tenham influenciado um pouco pela moda "Nu Metal" (posteriormente e felizmente regressaram depois às origens), os Machine head em "Burn My Eyes" ainda estavam longe disso. Embora soe a algo mais moderno, este disco tem uma orientação completamente Groove Metal cheio de pujança cativante... Capaz de viciar mesmo. Uma lufada de ar fresco e originalidade, uma primeira etapa de uma grande banda que ainda está em forma hoje em dia.

A bateria soa-nos muito bem, tal como todo o instrumental. Os riffs de guitarra são muito bem acompanhados pelo pujante baixo e são furiosos, inspirados, originais e com o uso de bastantes harmónicas ao jeito de Machine head. A voz do frontman Robert Flynn apresenta-se também como um ponto forte de tudo isto. Uma pitada de influências à lá Max Cavalera nos seus "Shouts" e refrões bastante cantáveis e contagiantes, mas não se colando demasiado. Os Machine head mesmo com todas as suas influências Groove/Thrash são o que são hoje em dia pela sua inovação. Ouvindo o primeiro disco deles, não nos lembra a mais nada se não eles mesmos. É raro uma banda encontrar a sua identidade e verdadeira essência tão cedo.

Os quatro primeiros temas são impressionantes. "Davidian", "Old", "A Thousend Lies" e "None But My Own" descolam um peso muito bom. São todos eles repletos de muito Groove capaz de nos fazer acabar inconscientemente a cabeça e fazer-nos ouvir os temas vezes sem conta até à exaustão. 

"The Rage To Overcome" é também muito bom e abre a coisa com um riff mesmo a lembrar uns Pantera. "Blood For Blood" começa com umas guitarradas à Slayer e é a mais thrash e acelarada... Lembra-nos até uns Exodus ou Kreator e soa-nos mais aquilo que os Machine head são hoje em dia.

Em "I'm Your God Now" os Machine provam que também conseguem fazer coisas mais calmas e não só peso bruto... É um tema mais melódico mas também com passagens pesadas. Conta com umas vocalizações mais limpas e bastante interessantes, dando-nos até por vezes um gosto mais grunge. Umas guitarradas melódicas e muito conseguidas também... É uma espécie de "One" dos Metallica para os Machine head, é o que este tema é. 

"Block" fecha a coisa também em grande estilo com uma bateria e riffs muito bons e contagiantes. Uma espécie de "Territory" dos Sepultura mais acelerada e moderna. E já mencionei 8 excelentes temas dos 11 que aqui existem, o que talvez já dê a ideia do quanto gosto deste disco de estreia dos Machine head.

Parece que pouco ou nada há a melhorar. Isto sabe-nos como os Machine head já fossem grandes e este talvez seria um quarto ou quinto álbum da banda... Mas não é, é o primeiro e é impressionante. Quando me iniciei no Metal, este foi um álbum que ouvi muita vez e sempre gostei bastante... Ao contrário de muitos, hoje em dia isto soa-me tão bom como me soava anteriormente.

Pontos altos: "Davidian", "Old", "A Thousend Lies", "Noone But My Own", "I'm Your God Now". 
Pontos baixos: -

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